terça-feira, 3 de maio de 2011

Chuvas matam dois e desalojam 3.500 famílias em Pernambuco

Subiu para dois o número de mortos em decorrência das fortes chuvas que atingem o leste do Estado de Pernambuco desde a última quinta-feira. Mais de 3.500 famílias foram desalojadas nos 31 municípios afetados, incluindo a capital, Recife, e a cidade histórica de Olinda


Segundo a Codecipe (Coordenadoria Estadual da Defesa Civil do Estado), 943 famílias tiveram as residências destruídas e estão desabrigadas.

Em nota, a Codecipe afirmou que "não há nenhuma cidade em estado de emergência ou de calamidade". Barreiros, Ribeirão, Limoeiro, Escada e Catende tiveram o maior número de famílias afetadas.

Em Camaragibe, Lídia Almeida da Silva, 21, morreu durante a madrugada após o deslizamento de uma barreira sobre uma casa. No último sábado, uma mulher de 77 anos sofreu hemorragia após uma queda e morreu, em Paulista, quando tentava salvar os móveis da casa inundada.

Um dos municípios mais afetados, Palmares esteve entre os assuntos mais comentados no ranking nacional do Twitter durante toda a manhã.

RIOS ACIMA DO NORMAL

Segundo Olivio Bahia do Sacramento Neto, 43, meteorologista do Cptec/Inpe (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), as precipitações naquela cidade totalizaram 252 mm entre as 16h de segunda-feira e as 16h de hoje. O resultado é mais de três vezes maior que o volume diário esperado de 80 mm para a região, e quase 80% da expectativa para o mês inteiro na vizinha Recife. Cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado.

Para o especialista, as chuvas acima do normal foram causadas pela soma entre uma zona de convergência intertropical na altura do equador, que retém o calor, e ondas de vento vindas da África, chamadas de "distúrbios de leste", que atravessam o oceano Atlântico e trazem umidade à costa brasileira.

Neto diz que, embora não consiga determinar com precisão os municípios vulneráveis, o órgão é capaz de prever instabilidades regionais. "Estamos emitindo avisos [com antecedência] de ao menos 48 horas desde a semana passada", afirmou. Segundo ele, previsões mais precisas e em prazos menores dependem de monitoramento com radares regionais dos Estados.

O secretário de Recursos Hídricos e Energéticos de Pernambuco, João Bosco de Almeida, confirmou o recebimento dos informes e os seus processamentos "junto ao sistema de monitoramento com transmissão de dados por satélite". Ele afirmou que foram emitidos alertas às prefeituras, mas que o problema se agrava por características sociais da região, cortada pelos rios Uma, Capibaribe e Mundaú, todos acima do nível normal. "Todo inverno temos problema porque não há estruturas de contenção de cheias e algumas cidades são muito próximas das margens", afirmou.

Segundo Almeida, estão programadas obras "que acabarão com os problemas até 2013, mas até lá precisaremos conviver [com as inundações]". Ele afirmou ainda que na próxima terça-feira o governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), irá inaugurar uma "sala de situação" com um sistema de simulação de enchentes. A ideia, segundo o secretário, é "informar as prefeituras qual a previsão de inundação além da margem dos rios para cada nível de chuva" e "retirar as pessoas antecipadamente, diminuindo a perda física e humana".

MAIS CHUVA

As previsões do Cptec apontam para mais chuva ao menos até quinta-feira. "A situação não deve mudar do recôncavo baiano até o Rio Grande do Norte, do Ceará até o Maranhão", afirmou Neto. Os Estados de Alagoas, Pernambuco e Pará são os mais propensos a sofrer com as precipitações. Para o secretário, porém, o pior já passou: "Esperamos chuvas menos intensas e um quadro de melhoria".

"Liberdade de imprensa nunca se pode tomar como garantida"

O presidente do grupo Impresa e fundador do PSD, Francisco Pinto Balsemão, defendeu hoje que a liberdade de imprensa foi uma conquista "difícil" da sociedade portuguesa que deve ser defendida e preservada em democracia.

"A liberdade de imprensa foi muito difícil de conquistar e de manter e nunca se pode tomar como garantida. Mesmo em democracia temos de lutar por ela", disse Balsemão aos jornalistas no final de uma sessão na Universidade Católica, em Lisboa, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, que hoje se comemora.
"É evidente que a situação económica pode dificultar alguns trabalhos ou decisões" editoriais, reconheceu no entanto o presidente da Impresa, quando questionado sobre a quebra do investimento publicitário na imprensa e em que medida tal pode reduzir a independência editorial.
No entanto, advertiu, "havendo capacidade de determinar o efetivamente prioritário" e gastando "menos dinheiro com o superficial" será possível "continuar a cumprir a missão" no plano noticioso e editorial.
Balsemão integrou as comemorações do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa em Lisboa, num painel que contou também com membros da Comissão Nacional da UNESCO e do Gabinete para os Meios de Comunicação Social (GMCS).
Em paralelo, foi lançado o prémio jornalístico 'Jovens Talentos', que garantirá ao vencedor a publicação de um trabalho no Diário de Notícias e um estágio de três meses no jornal da Controlinveste.

fonte: http://www.dn.pt/inicio/tv/interior.aspx?content_id=1843415&seccao=Media


editando...