sábado, 30 de abril de 2011

Brasil tem 190.755.799 habitantes

Primeiros resultados definitivos do Censo 2010 mostram detalhes dos 5.565 municípios brasileiros

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira os primeiros resultados definitivos do Censo 2010, realizado entre agosto e outubro de 2010 em 5.565 municípios brasileiros. Parte dos dados foi apresentada no fim do ano passado, mas alguns deles sofreram revisões e pequenas alterações e revelam um país de extremos. Veja aqui a lista das populações de todos os municípios brasileiros. Número de habitantes em cada município

Após revisão dos dados, o Censo 2010 mostrou que o Brasil tem 190.755.799 habitantes. Nos últimos 10 anos, desde o último Censo, realizado em 2000, a população brasileira cresceu 12,3%, o que representa uma média de crescimento anual de 1,17%. Esse é o menor nível já registrado pelos censos brasileiros (1,64% em 2000; 1,93% em 1991; 2,48% em 1980; 2,89% em 1970, e 2,99% em 1960, maior índice já registrado).

“Se for mantido esse ritmo de crescimento, a população brasileira chegará em 60 anos ao seu número máximo de habitantes. Algo em torno de 250 milhões de pessoas. Isso se as taxas de fecundidade, de mortalidade e o padrão de migração interna e externa mantiverem seus ritmos. Após atingir o máximo, será registrada uma queda”, prevê o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

Quinze cidades brasileiras têm mais de 1 milhão de habitantes. Entre esses 15 municípios, os que mais cresceram no período subiram dois postos - Manaus, que cresceu 2,51% ao ano, passou de nono para sétimo mais populoso, e Brasília, que saltou de sexto para quarto, com crescimento médio anual de 2,28%. As maiores cidades do País, São Paulo e Rio de Janeiro, têm a mesma taxa de crescimento nos últimos 10 anos, 0,76% anuais. Porto Alegre foi a capital que menos cresceu, com a taxa de 0,35% ao ano.

O processo de urbanização das cidades brasileiras também é comprovado pelo Censo 2010. Em 2000, 81% dos brasileiros viviam nas áreas urbanas. Já em 2010, esse índice foi para 84%. O Sudeste é a região mais urbana do País (92%). As regiões Norte e Nordeste são as menos urbanizadas, com 73% da população vivendo nas cidades. Entre os Estados, os mais urbanos são Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal. Os mais rurais são Maranhão, Piauí e Pará.

A diferença entre o número de homens e mulheres na população também aumentou. Atualmente, há 96 homens para cada 100 mulheres, ou seja, a população feminina ultrapassa em 3,9 milhões a masculina. Em 2000, eram 96,9 homens para casa 100 mulheres. Entre os Estados, o Rio de Janeiro é o que apresenta a maior proporção de mulheres. Já o Mato Grosso é a unidade da federação onde há mais homens em comparação com o número de mulheres.

No total, o Censo contabilizou 97.348.809 mulheres e 93.406.990 homens no País. Entre os municípios, o que tem maior percentual de homens é Balbinos, no interior de São Paulo. Já o que possui o maior percentual de mulheres é Santos, no litoral paulista. O Censo também aponta que cerca de 80% dos municípios com menos de 5.000 habitantes têm mais homens do que mulheres em suas populações. Em compensação, todos os municípios com mais de 500 mil habitantes têm mais mulheres do que homens.

A população brasileira também está ficando mais velha. Exemplo disso é o grupo de crianças de 0 a 4 anos do sexo masculino que representava 4,9% da população total em 2000, enquanto o feminino representava 5,7%. Em 2010, estes percentuais caíram para 3,7% e 3,6%. Simultaneamente, a população com 65 anos ou mais, que era de 5,9% em 2000, chegou a 7,4% em 2010.

O Censo também fez o levantamento do número de domicílios do País. Foram visitados 67,5 milhões de domicílios, mas apenas 83,7% deles estavam ocupados. Como um todo, o número de domicílios particulares ocupados evoluiu de 45 milhões para 56,5 milhões, revelando uma variação de 25,6%, bem maior que o crescimento da população na época (12,3%). Isso também contribuiu para a queda da densidade domiciliar brasileira, que indica que cada domicílio tem em média 3,3 habitantes, menos que os 3,8 de 2000.

O IBGE também encontrou 6,1 milhões domicílios vagos. Já os domicílios de uso ocasional são 3,9 milhões. Por último, o número de domicílios coletivos (hotéis, pensões, presídios, quartéis, postos militares, asilos, orfanatos, conventos, alojamento de trabalhadores) foi de 110mil.

Iniciado em 1º de agosto de 2010, os 191 mil recenseadores percorreram os 5.565 municípios brasileiros até o dia 31 de outubro do mesmo ano para concluir o levantamento.

outros Dados

1 bilhão para ensino técnico


R$ 700 milhões serão para ampliar escolas técnicas no país.
Bolsas para capacitação profissional poderão chegar a R$ 6 mil.


O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (28) que o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) terá investimentos de R$ 1 bilhão do governo federal em 2011. O Pronatec, que pretende “expandir, interiorizar e democratizar” a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, onde tramitará em regime de urgência.
De acordo com Haddad, do total de recursos previstos para o programa no orçamento do Ministério da Educação, R$ 700 milhões serão para pagar bolsas integrais de capacitação profissional a trabalhadores e estudantes. Os outros R$ 300 milhões serão destinados a financiar cursos profissionalizantes através do programa de Financiamento Estudantil (Fies).
As bolsas, segundo o ministro, deverão pagar os custos do curso técnico, além de transporte e alimentação. Pelas estimativas do MEC, o valor da bolsa pode chegar a R$ 6 mil, para um curso técnico de mais de 800 horas. Serão oferecidas, no total, 3,5 milhões de bolsas em quatro anos.
"O valor vai variar de curso para curso, mas será em média de R$ 7 por hora estudada", disse o ministro, em entrevista coletiva. Haddad afirmou ainda que a expectativa do Pronatec é atender 8 milhões de pessoas até 2014. Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar, de imediato, R$ 3,5 bilhões em crédito para ampliação e construção de instituições de ensino profissionalizante.
Por meio do Pronatec, o governo federal quer intensificar o programa de expansão de escolas técnicas em todo o país. Além das 81 unidades que estão em execução e devem ser inauguradas neste e no próximo ano, devem ser anunciadas outras 120 nos próximos dias. O mesmo projeto de lei do governo que inclui o Pronatec também propões expandir o programa de financiamento estudantil (Fies) para estudantes que queiram ingressar no ensino profissionalizante e para empresas que queiram capacitar seus funcionários.
Em discurso, durante o lançamento do programa, Haddad destacou que o governo da presidente Dilma Rousseff fará, até 2014, 200 novas escolas técnicas, quase a mesma quantidade das instituições inauguradas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em oito anos de governo.
“Se foi possível no governo Lula construir 214 escolas técnicas [...] até 2014, em quatro, não em oito, vamos entregar novas 200 escolas técnicas federais”, disse o ministro.
Rede ampliada
Segundo o Ministério da Educação, há, atualmente, 354 unidades em funcionamento. Com as novas unidades, a rede federal deverá contar com cerca de 600 unidades escolares administradas pelos 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia e um atendimento direto de mais de 600 mil estudantes no país.
Um dos objetivos do programa é aumentar a oferta, pelos estados, de ensino médio concomitante com a educação profissional. Esta ação será abarcada pelo programa Brasil Profissionalizado, parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PNE), que teve a adesão das 27 unidades da federação. Os recursos serão repassados para construção, reforma, ampliação de infraestrutura escolar e de recursos pedagógicos, além da formação de professores.
Outra ação será a ampliação da Escola Técnica Aberta do Brasil (E-Tec), modalidade a distância, que instalou 259 polos em 19 estados até 2010, atendendo a cerca de 29 mil estudantes. Em 2011, serão mais de 47 mil vagas; 77 mil em 2012; mais de 197 mil em 2013 e cerca de 263 mil em 2014.
Segundo o governo, a ideia é “dar mais celeridade” ao acordo firmado no governo anterior com o Sistema S (Sesi, Senai, Sesc e Senac), segundo o qual essas entidades devem aplicar dois terços de seus recursos advindos do imposto sobre a folha de pagamentos do trabalhador na oferta de cursos gratuitos.
Dessa forma, as escolas do Sesi, Senai, Sesc e Senac receberão alunos das redes estaduais do ensino médio, que complementarão a sua formação com a capacitação técnica e profissional. As escolas do Sistema S e das redes públicas também ofertarão cursos de formação inicial e continuada para capacitar os favorecidos do seguro-desemprego, reincidentes nesse benefício. A ação se aplicará também ao público beneficiado pelos programas de inclusão produtiva, como o Bolsa Família.